Trabalho infantil recua no Brasil, mas 20,5 milhões de crianças ainda fazem tarefas domésticas
O Brasil reduziu o trabalho infantil em 21,4% nos últimos oito anos, segundo pesquisa do IBGE. Em 2016, 5,2% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam nessa condição, número que caiu para 4,3% em 2024. Hoje, 1,65 milhão de jovens ainda trabalham de forma considerada ilegal. Da população de 37,9 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos no Brasil, pouco mais da metade (54,1%) realizam algum afazer doméstico (20,5 milhões de pessoas) em 2024.
Apesar da tendência de queda, o levantamento mostra um pequeno aumento entre 2023 e 2024: crescimento de 2,1%, concentrado principalmente entre adolescentes de 16 e 17 anos e entre meninos. O trabalho infantil é definido pela Organização Internacional do Trabalho como aquele que prejudica a saúde, o desenvolvimento e a educação das crianças. Pela lei brasileira, é proibido até os 13 anos; dos 14 aos 15 só é permitido como aprendiz; e dos 16 aos 17, não pode ser noturno, insalubre ou perigoso.
A pesquisa também revela desigualdades. Pretos e pardos são maioria entre os que trabalham: 66% dos casos, embora representem 59% da população jovem. Os meninos também predominam: 66% do total. Regionalmente, o Norte registra os maiores índices (6,2%), enquanto o Sudeste apresenta os menores (3,3%).
Os setores que mais absorvem essa mão de obra são o comércio (30%), a agricultura (19%), hospedagem e alimentação (12%), indústria (9%) e serviços domésticos (7%). A remuneração média é de R$ 845 por mês, mas entre os que trabalham mais de 40 horas semanais pode chegar a R$ 1.259.
Além do trabalho infantil, o IBGE aponta que mais da metade das crianças e adolescentes brasileiros (54,1%), cerca de 20,5 milhões, realizam afazeres domésticos como lavar louça, cozinhar, limpar ou cuidar de familiares. Nesse caso, as meninas são maioria: 58% contra 50% dos meninos.
Deixe seu comentário