Microplásticos ameaçam a vida marinha e a saúde humana e já são encontrados nas praias de São Francisco do Sul

  • Fernando Frazão/Agência Brasi -

Os microplásticos estão em todos os lugares: na água que bebemos, no ar que respiramos, nos alimentos que consumimos e até mesmo em tecidos e órgãos humanos. Essa presença, cada vez mais evidente, vem preocupando cientistas, ambientalistas e autoridades em todo o mundo — e o problema já se manifesta de forma clara no litoral catarinense. Em São Francisco do Sul, por exemplo, é visível a quantidade de microplásticos nas praias, especialmente após períodos de grande fluxo de visitantes.

O material, formado pela fragmentação de resíduos plásticos maiores, é facilmente ingerido por peixes, tartarugas e aves marinhas, provocando sérios danos e até a morte desses animais.

A preocupação também se estende à saúde das pessoas. Estudos apontam que os micro e nanoplásticos já fazem parte do cotidiano humano, sendo detectados em produtos como sal, açúcar, mel, peixes e frutos do mar. Segundo uma pesquisa conduzida por dez cientistas das universidades Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e publicada pela Agência Brasil, os humanos consomem entre 39 mil e 52 mil microplásticos por ano — número que pode chegar a 121 mil quando considerada a inalação dessas partículas.

O professor Vitor Ferreira, do Instituto de Química da UFF, explica que os plásticos, embora não sejam biodegradáveis, se fragmentam em micropartículas e nanopartículas sob exposição solar, permanecendo por longos períodos no ambiente. “Essas micropartículas acabam ficando na água, no solo, no ar, e entram na cadeia alimentar. Até a água que a gente bebe tem micro e nanoplásticos”, afirma o pesquisador, cuja equipe é financiada pela Faperj e pelo CNPq.

Em São Francisco do Sul, que durante o verão chega a quadruplicar sua população devido ao turismo, o problema ganha proporções ainda maiores. Mesmo sendo o município com o maior número de praias certificadas com Bandeira Azul no país — um selo internacional de qualidade ambiental —, a cidade enfrenta o desafio constante de manter suas orlas limpas. A presença de visitantes de várias regiões e o descarte inadequado de resíduos plásticos contribuem para o acúmulo de lixo nas praias e para a contaminação do ecossistema marinho.

Pesquisas apontam que animais contaminados por microplásticos já foram encontrados da Amazônia ao Rio Grande do Sul, o que reforça a natureza global desse problema. Além da ingestão, os humanos também podem absorver essas partículas pela pele e por meio da respiração. Estudos recentes identificaram microplásticos até em placentas e cordões umbilicais, indicando que a contaminação pode alcançar fetos em desenvolvimento.

Para Ferreira, é urgente ampliar as políticas públicas e as ações de mitigação. “É preciso aumentar a capacidade de reciclagem e evitar que o plástico seja descartado na natureza”, defende o pesquisador. Ele lembra ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) discute desde 2022 um tratado internacional para acabar com a poluição plástica, mas as negociações têm sido adiadas.

Enquanto isso, em cidades litorâneas como São Francisco do Sul, cresce a necessidade de conscientização da população e dos turistas. A preservação das praias, da vida marinha e da saúde humana depende de atitudes simples — como o descarte correto do lixo, a redução do uso de plásticos e o apoio a programas de educação ambiental. Afinal, manter a praia limpa é preservar o futuro.


Deseja que eu adapte esse texto também para uma versão resumida para o Instagram, com linguagem mais direta e hashtags ambientais (ex: #PraiaLimpa #BandeiraAzul #SãoFranciscoDoSul)?


Aulão aberto de dança encerra projeto que levou dança ao Presídio Feminino de Joinville Anterior

Aulão aberto de dança encerra projeto que levou dança ao Presídio Feminino de Joinville

De sol e calor a chuva e frio: virada no tempo em SC Próximo

De sol e calor a chuva e frio: virada no tempo em SC

Deixe seu comentário