Mais um ferryboat em São Francisco do Sul? É hora de pensar em soluções duradouras

Voltou à pauta a possibilidade de São Francisco do Sul ganhar mais um ferryboat, desta vez ligando o Balneário Barra do Sul à praia do Ervino. A proposta soa como novidade, mas levanta um alerta: será mesmo esse o melhor caminho? Hoje já convivemos com dois ferryboats na Baía Babitonga — no bairro Laranjeiras/Estaleiro de São Francisco do Sul e em Joinville, na Vigorelli/Gibraltar — e todos sabem os transtornos que trazem.

As travessias expõem a fragilidade do modelo. Faltam investimentos consistentes em manutenção, a população fica refém da concessionária e do humor da meteorologia e, no verão, filas de até seis horas para atravessar se tornam rotina. Além disso, os horários são limitados, reforçando a dependência de um serviço instável.

É nesse ponto que o debate precisa amadurecer. Uma ponte entre Barra do Sul e São Francisco não é apenas um sonho antigo, mas uma solução viável, segura e duradoura. Em fevereiro de 2025, a própria vice-governadora de Santa Catarina pautou a possibilidade de realização de estudos de viabilidade para a construção da ponte, mostrando que o governo enxerga a proposta como possível. Se o Estado já reconhece essa alternativa, por que insistir em remendos?

Diferente dos ferryboats, que vivem de investimentos paliativos e deixam a comunidade à mercê de concessionárias privadas, uma ponte é obra de longo prazo, cuja manutenção cabe ao poder público, garantindo mobilidade sem restrições de horários, condições climáticas ou filas intermináveis.

O Litoral Norte catarinense vive uma fase de grandes investimentos, especialmente no setor portuário. Só na região, estão previstos mais dois portos, movimentando empregos, economia e infraestrutura. Não é hora de pensar em contrapartidas que revertam em benefício direto à população? Uma ponte não seria apenas um símbolo de integração, mas um legado de futuro, sustentando turismo, desenvolvimento e qualidade de vida.

Por Jornalista Margaret Paim




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