Parque Estadual Acaraí celebra 20 anos em meio a avanços e cobranças por infraestrutura
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Foto: Adrio Centeno/IMA -
Ao longo de 20 anos, o Parque Estadual Acaraí consolidou-se como símbolo da luta pela preservação ambiental em Santa Catarina. A comemoração da data, no entanto, é acompanhada de um apelo: que governo e empresas parceiras assegurem a infraestrutura necessária para que o parque cumpra plenamente sua missão de proteger a biodiversidade, valorizar a cultura local e oferecer qualidade de vida às próximas gerações.
O Parque Estadual Acaraí, em São Francisco do Sul, completa nesta terça-feira (23) duas décadas de criação. Instituído em 2005, o parque tornou-se um dos principais redutos da Mata Atlântica em Santa Catarina, reunindo cerca de 6.667 hectares de ecossistemas costeiros, além do arquipélago Tamboretes. No local está o maior remanescente contínuo de restinga do Estado, um verdadeiro santuário que abriga rios, lagoas e centenas de espécies de fauna e flora, muitas delas ameaçadas de extinção.
A data é celebrada com uma conquista relevante: já são mais de 25 milhões de metros quadrados regularizados sob domínio do Instituto do Meio Ambiente (IMA). O feito reforça o valor do parque como patrimônio natural dos catarinenses, espaço de conservação, pesquisa e turismo sustentável.
Biodiversidade e história
Além de proteger ambientes vitais como o rio Acaraí e a lagoa do Capivaru, a unidade guarda registros da história pré-colonial e colonial da região. Já foram catalogadas 337 espécies vegetais, 176 aves, 35 répteis, 17 anfíbios, 20 mamíferos não voadores e 38 espécies de peixes. Essa diversidade dá ao parque um papel estratégico na preservação ambiental e na educação da sociedade sobre a importância da Mata Atlântica.
Sede e Centro de Visitantes: promessa ainda não cumprida
Apesar dos avanços, a celebração dos 20 anos também traz à tona cobranças antigas. A construção da Sede e Centro de Visitantes, aguardada há anos pela comunidade, ainda não saiu do papel.
Segundo informações apresentadas em julho de 2024 ao Conselho Consultivo, os recursos para a obra vêm da compensação ambiental da ArcelorMittal Brasil S/A (antiga Vega do Sul). A primeira etapa, referente às fundações, foi concluída. Mas a segunda fase, que prevê a construção da estrutura principal, segue paralisada, mesmo após a seleção de uma empresa apta para executar o trabalho.
Questionamentos da sociedade civil
A Associação Movimento Ecológico Carijós (Ameca), responsável pela proposta de criação do parque e voz ativa desde a sua fundação, cobra mais transparência sobre o processo. A entidade questiona a demora na execução da obra e alerta para a necessidade de fiscalização rigorosa, já que a infraestrutura é essencial para receber visitantes, apoiar pesquisadores e fortalecer o turismo sustentável na região.
“É preciso garantir que os investimentos realmente cheguem ao parque e resultem em benefícios para a sociedade e para a preservação ambiental”, defende a Ameca, reforçando que a sede deve refletir a importância ecológica e histórica do Acaraí.
👉 As visitas podem ser agendadas no site do IMA: www.skoobtur.com/?to=ima
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