Santa Catarina debate os rumos da nova Lei dos Portos em seminário coordenado pela deputada federal Ana Paula Lima

Evento aconteceu ontem, quinta-feira (23), na Alesc e reuniu autoridades e trabalhadores portuários para discutir o Projeto de Lei 733/2025, que revisa o marco regulatório do setor.

Garantir mais competitividade aos portos catarinenses, sem precarizar as relações de trabalho e com respeito à legislação ambiental, foram os principais pontos defendidos durante o seminário que debateu o Projeto de Lei 733/2025 — a nova Lei dos Portos. O evento, realizado nesta quinta-feira (23) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), reuniu autoridades, lideranças sindicais e trabalhadores portuários sob a coordenação da deputada federal Ana Paula Lima (PT/SC), integrante da Comissão Especial do Sistema Portuário Brasileiro da Câmara dos Deputados, que analisa o texto em tramitação.

“Este seminário ocorre num momento decisivo para o sistema portuário brasileiro e, especialmente, para Santa Catarina. Somos um dos corações logísticos do país, integrando o Brasil a mais de 100 mercados internacionais e movimentando a economia das nossas cidades. É essencial que os trabalhadores e trabalhadoras tenham voz neste debate”, destacou Ana Paula Lima na abertura do encontro.

A parlamentar explicou que o projeto em análise possui 151 artigos e mais de 400 emendas, o que exige escuta ampla e análise técnica para evitar retrocessos:

“Precisamos debater, ouvir e construir um relatório equilibrado, que assegure direitos, proteja o trabalhador portuário e garanta segurança jurídica. Queremos portos mais competitivos, mas com valorização humana e sustentabilidade”, reforçou.

 Investimentos e o papel dos portos catarinenses

Durante sua fala, a deputada destacou a importância estratégica dos portos de Santa Catarina e os investimentos federais que reforçam a infraestrutura logística do Estado.

Ela citou o Porto de Itajaí, que está no coração da cidade e é hoje o principal hub econômico regional, gerando emprego e renda para milhares de famílias, e que receberá R$ 844 milhões em obras de modernização e ampliação da capacidade operacional, o maior investimento da história em portos catarinenses.

O Porto de São Francisco do Sul, maior porto público de Santa Catarina, também foi lembrado pela deputada. O terminal receberá R$ 300 milhões do Governo Federal para a dragagem da Baía da Babitonga, ampliando a profundidade do canal e permitindo a atracação de navios de maior porte.

Além disso, Ana Paula mencionou o anúncio do BNDES, que destinou R$ 401 milhões para a melhoria da infraestrutura rodoviária estadual, garantindo melhores acessos e escoamento da produção até os portos catarinenses.

“ São cerca de R$3,5 bilhões em investimentos públicos e privados nos portos catarinenses. Esses investimentos demonstram o compromisso do Governo Federal com o desenvolvimento de Santa Catarina, com a geração de emprego, renda e com a integração logística que fortalece a nossa economia”, afirmou a parlamentar.

 Equilíbrio entre modernização, trabalho e sustentabilidade

O seminário reuniu especialistas e lideranças do setor, entre eles o deputado estadual Fabiano da Luz, o assessor da Secretaria Nacional de Portos, Júlio Dias (representando o ministro Silvio Costa Filho), o diretor de integração de modais da Secretaria Estadual de Portos, Lucas Ataliba, o procurador do Ministério Público do Trabalho, Marcelo Dal Pont, o Assessor Executivo do Porto de Itajaí, Rafael Canela, e representantes das federações e sindicatos de trabalhadores portuários e patronal.

As discussões abordaram os desafios do PL 733/2025, que pretende atualizar o marco regulatório dos portos brasileiros.
Entre os principais temas, destacaram-se:
•a preservação dos direitos trabalhistas e das condições de trabalho no setor;
•o impacto das mudanças no papel dos OGMOs (Órgãos Gestores de Mão de Obra);
•a necessidade de garantir sustentabilidade ambiental e integração urbana nas áreas portuárias.

“Queremos portos modernos e eficientes, mas também comprometidos com o meio ambiente. Portos inteligentes, automatizados e sustentáveis são o futuro, com tecnologia que reduza emissões, monitore o ambiente e integre o porto à cidade e à qualidade de vida das pessoas”, defendeu Ana Paula.

Ministério de Portos e Aeroportos 

O assessor da Secretaria Nacional de Portos, Júlio Dias, alertou para pontos do projeto que ainda demandam revisão:

“O texto do PL 733 tem boas intenções, mas há trechos que podem gerar insegurança jurídica e precarização das relações de trabalho. Precisamos de cautela e diálogo antes da votação”, afirmou.

 Ponto de visto dos trabalhadores portuários 

Os trabalhadores são *contra* o PL 733/25. Eles apresentaram que o projeto de Lei trará precarização nas relações de trabalho e manifestam preocupação com a privatização dos portos.

“Somos a favor da modernização e dos avanços, mas com respeito à categoria. O porto só existe porque há trabalhadores que fazem a produtividade acontecer”, destacou Getúlio da Silva, diretor da Federação Portuária de São Francisco do Sul.

 Tramitação do PL 733/25

As contribuições apresentadas durante o seminário serão incorporadas ao relatório da Comissão Especial do Sistema Portuário Brasileiro, que deverá ser votado ainda em 2025 na Câmara.

“O papel de Santa Catarina é essencial nesse debate. Somos protagonistas no sistema portuário nacional. Este seminário é a prova de que podemos modernizar com responsabilidade, valorizando o trabalhador e preservando o meio ambiente”, concluiu Ana Paula Lima.


Santa Catarina debate os rumos da nova Lei dos Portos em seminário coordenado pela deputada federal Ana Paula Lima Anterior

Santa Catarina debate os rumos da nova Lei dos Portos em seminário coordenado pela deputada federal Ana Paula Lima

Governo de SC e Prefeitura de Joinville criam Grupo de Trabalho para estudar a viabilidade da estadualização do Hospital São José Próximo

Governo de SC e Prefeitura de Joinville criam Grupo de Trabalho para estudar a viabilidade da estadualização do Hospital São José

Deixe seu comentário