Diálogo e sustentabilidade marcam encontro de agricultores e pescadores em São Francisco do Sul

Hoje (7) no Cine Teatro X de Novembro, em São Francisco do Sul, agricultores familiares e pescadores da região debatem propostas e desafios no âmbito da Conferência Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (realização preparatória para a instância nacional) que reúne gestores públicos, entidades do setor produtivo e comunidades rurais em torno da construção de políticas públicas e ações locais para um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável do campo e da pesca.

Na ocasião, entre os temas centrais estão a agroecologia, o fortalecimento da agricultura familiar, as cadeias da pesca artesanal, o protagonismo da mulher rural, a juventude no campo e a transição para modelos produtivos com menor impacto ambiental — no contexto da agenda da 3ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. A conferência busca colher as demandas locais para alimentarem os documentos que orientarão formulações de políticas públicas federais, estaduais e municipais nos próximos anos.

Paralelamente, o governo federal já lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com recursos da ordem de R$ 89 bilhões destinados especificamente à agricultura familiar, com destaque para programas de crédito (via Pronaf com R$ 78,2 bilhões), seguro-safra, compras públicas, mecanização, agroecologia, irrigação sustentável, quintais produtivos para mulheres rurais e conectividade no meio rural. 

As linhas de crédito mantêm taxas privilegiadas para produção de alimentos da cesta básica — por exemplo, 3 % ao ano — e caem para 2 % em cultivos orgânicos ou agroecológicos. Para equipamentos e mecanização a família rural poderá financiar até R$ 100 mil com juros reduzidos, e até R$ 250 mil em outra faixa de investimento.

Nesse cenário, a conferência territorial em São Francisco do Sul ganha relevância, pois permite que os produtores locais, cooperativas e pescadores dialoguem diretamente sobre como se inscrever, acessar ou mesmo adequar suas produções para aproveitar essas políticas federais e estaduais. Trata-se de uma oportunidade para alinhar as demandas do litoral norte catarinense com os instrumentos de fomento, crédito e assistência técnica previstos no Plano Safra.

Para agricultores familiares, pescadores artesanais e demais atores do território, a presença e o engajamento nessa conferência significam não apenas reivindicar melhor acesso aos recursos, mas também pactuar entre si estratégias de comercialização, agregação de valor, inovação na cadeia produtiva e articulação com o poder público. Em um contexto de mudanças climáticas, mercados cada vez mais exigentes e a necessidade de praticar produção sustentável, estar conectado às políticas nacionais faz diferença para garantir financiamento, segurança de mercado e sustentabilidade socioambiental.

Em resumo: o Plano Safra 2025/2026 oferece um volume significativo de recursos e condições favoráveis para a agricultura familiar e que podem impulsionar a economia rural nos próximos anos. A conferência territorial que acontece hoje em São Francisco do Sul representa o espaço vivo de construção dessas políticas, diálogo entre Estado, produtores, pescadores, comunidade e organizações sociais. A articulação entre estes dois planos — o financiamento e o debate territorial — poderá marcar uma virada no fortalecimento da produção local, do protagonismo do campo e da pesca, e na consolidação de um desenvolvimento rural mais sustentável, solidário e integrado à vida da comunidade.



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