Economia

Manobra complexa retira navio graneleiro encalhado na Baia Babitonga

A escuridão da madrugada não foi impedimento para um batalhão de profissionais especializados, dentre eles equipes de Salvatagem, rebocadores, base de emergência ambiental, Praticagem São Francisco, Delegacia da Capitania dos Portos, TPA's e outros realizarem a manobra bastante arriscada da retirada do navio Aeolian Grace (bandeira do Chipre) encalhado na lage 'Parcel da Torre' na Baía Babitonga, em São Francisco do Sul e encaminhado para área de fundeio 5, para vistorias.

A operação ocorreu por volta das três horas da madrugada da segunda-feira (9) e foi coordenado pela autoridade marítima. A condição favorável da maré de sizígia, que atingiu 1,6 metros, também contribuiu para a retirada do navio.  

De acordo com Roberto Castanho, diretor da Praticagem São Francisco, a operação contou com estudo criterioso para que fosse minimizado ao máximo qualquer risco ao meio ambiente e ao navio.

"Em tempo rápido vários estudos das características estruturais, operacionais e ambientais foram realizados. A Praticagem São Francisco manteve um prático a bordo durante todo o tempo do encalhe e ainda realizou em tempo recorde simulações computacionais para que manobras com os demais navios do complexo portuário pudessem ser operacionalizadas" comentou Castanho.

Ainda foram realizados monitoramentos em tempo real os aspectos ambientais, como variação de maré, intensidades de correntes, ventos e demais componentes ambientais durante todo o tempo do encalhe, para que permitissem avaliações da possível movimentação do navio encalhado e definição de um planejamento das ações decorrentes.

A Delegacia da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul, em nota, confirmou a inspeção do navio pela Sociedade Classificadora para atestar as condições do navio. Afirmou também que um inquérito administrativo instaurado está apurando as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, bem como, colher ensinamentos para reduzir a probabilidade de ocorrências semelhantes no futuro.

Retrospectiva

O Navio Graneleiro "Aeolian Grace", carregado com 65.804 toneladas de soja com destino a Singapura, encalhou por volta das 23h do dia três (3) durante manobra de desatracação do Porto de São Francisco do Sul, mesmo em condições de mar, ventos e calado estar dentro dos parâmetros operacionais adequados para navegabilidade estabelecidos pela autoridade marítima.

No dia, a São Francisco Pilots Empresa Praticagem da Barra de Carlos Alberto de Oliveira, operava os rebocadores para o auxílio às manobras de desatracação do navio Aeolian Grace. A Marinha do Brasil, em nota, afirmou que manteve o Prático a bordo, por segurança. A redação não conseguiu retorno da ligação com os diretores da Pilots.

Quanto as operações no Porto de São Francisco do Sul, o fato do navio ter encalhado fora do canal de acesso não foi necessário fechar totalmente Porto de SFS. Durante o período de encalhe as operações se mantiveram com navios que estavam atracados. As atracações e desatracações que estavam na área de fundeio eram avaliadas individualmente pela Autoridade Marítima e praticagem, com foco na segurança da navegabilidade considerando o tamanho dos navios e seus respectivos calados. "Antes da liberação das autoridades sentimos o impacto na atracação de três navios e a saída de dois. As operações já voltaram ao status anterior ao acidente, ocorrendo manobras de entrada e saída de navios dentro dos parâmetros operacionais vigentes para o Porto", finaliza Diego Machado Enke, presidente da SCPar-Porto São Francisco do Sul.

A direção do Porto ainda afirma em nota que foram seguidos todos os protocolos internacionais impostos para acidentes com as características do ocorrido com o navio Aeolian Grace e exigidos pela autoridade marítima em relação à poluição ambiental e integridade do navio.

"Estiveram envolvidos operadores, armadores, TPA´s, autoridades portuárias como Alfandega de RFB, Autoridade Marítima, Autoridade Portuária dentre outros. Sob a coordenação da Autoridade Marítima, todas as medidas para salvaguarda de vidas e poluição do mar foram tomadas com absoluto sucesso.

Sendo assim prejuízos econômicos e materiais foram minimizados, visto não ser observado danos no casco do navio, o que poderia ocasionar inclusive seu naufrágio. Foi evitada a possibilidade de poluição da baia da Babitonga, ecossistema de grande sensibilidade, que buscamos proteger preventivamente ao longo de todo o tempo em que o navio esteve sinistrado. Para tal disponibilizamos empresa especializada com equipes continuadas, máquinas, equipamentos e barreiras de contenção.

Toda a estrutura de empresas de rebocadores, Base de Emergência e empresa de salvatagem estavam presentes, buscando atuar da forma mais segura na ação de retirada do navio".


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