INFRAESTRUTURA

"Em 18 meses, foi feito 40% e concluímos a maior obra rodoviária da história recente de Santa Catarina", destaca Renan Filho

  • Marcelo Ferreira / MT -

Entrega do Contorno da Grande Florianópolis encerra mais de uma década de espera na região e beneficia cerca de 1,1 milhão de pessoas

Isso aí já vem há muito tempo, é um sonho. Achávamos que nem ia mais sair do papel. De dois anos para cá que a gente começou a ver as obras chegarem próximo à rodovia”, é o que relata o caminhoneiro Everson Serafim, ao observar o Contorno Viário da Grande Florianópolis. A população catarinense aguardava há pelo menos 10 anos a conclusão dessa obra, que recebeu investimento de R$ 3,9 bilhões através do acordo de concessão. A obra foi inaugurada nesta sexta (9) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, junto ao presidente Lula.
“A região metropolitana de Santa Catarina inteira muda de vida hoje, não só da região metropolitana, de Biguaçu até Palhoça. Isso é trabalho. Em 18 meses, foi feito 40% do projeto e concluímos a maior obra rodoviária da história recente de Santa Catarina. Já inauguramos em Palhoça um Ponto de Parada e Descanso (PPD) para os caminhoneiros, o primeiro entregue no país. Temos muito cuidado com essa região nesse governo”, pontuou o ministro.
Com 50 km de pistas duplas, seis acessos por trevos, sete pontes e quatro túneis duplos, o contorno irá desviar o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital.
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O impacto é direto tanto na economia quanto na vida das pessoas. A previsão que o trajeto, que levava até duas horas para ser concluído em horário de pico, caia para 38 minutos. Isso porque o alto fluxo de veículos de carga que transitam pela BR-101 agora será dividido com o novo Contorno. São pelo menos 18 mil caminhões por dia passando pelo trecho que agora ganham uma rota direta, sem disputar espaço com quem vai para casa. “O povo de Santa Catarina é o nosso grande parceiro, nosso grande público. Para a população, a espera acabou”, destacou o presidente da Arteris, Sérgio Garcia. A concessionária foi a responsável pela execução do projeto, que gerou mais de 3.200 empregos diretos.
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Fluxo de caminhões
“Em boa parte eu acho que melhora bastante a questão da segurança e do conforto do próprio pessoal que usa a rodovia. Porque tu vai ter mais tranquilidade, não vai ter aquele estresse de andar na rodovia cheia de carro, tudo travado, com horário para chegar”, analisa o caminhoneiro Everson Serafim. Ele ressalta que chegar mais rápido no destino é, além de importante para economia, uma questão de saúde.  “O tempo que tu fica parado ali, às vezes puxando fila, tu pode usar para descansar, tomar café, almoçar. Isso pra todo mundo, caminhoneiro e população em si”.

A fala do caminhoneiro acompanha a do presidente Lula, que destacou como é importante ter projetos não só para agora, mas para toda a gestão. “Tenho orgulho do que estamos fazendo. Em apenas 18 meses a gente fez quase metade dessas obras, mais de 40% do que foi feito nesta obra. Esses ministros têm um projeto até o fim do governo, em 2026. Por isso que entra governo e sai governo e você não vê uma obra finalizada. Eu que dei o pontapé deste contorno no meu primeiro mandato, Dilma que acelerou em seguida. E agora deixamos de legado para a população. Não é todo dia que a gente entrega uma obra dessa qualidade”, apontou Lula. A execução da obra teve preocupações ambientais e de sustentabilidade.

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Ainda participaram do evento o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale.

Qualidade de vida

A nova via vai impactar diretamente na melhoria da mobilidade da região da Grande Florianópolis. É o que aponta o morador de Florianópolis Tiago Vergara, técnico em eletromecânica, que hoje utiliza um trecho da BR-101/SC de segunda a sexta para estudar em Pedra Branca, no município de Palhoça. “Levo aproximadamente 1h, às vezes 50 minutos, às vezes 45 minutos, mas não menos que isso. Quando tem algum acidente de moto, pára tudo e fecha, para socorrer a pessoa que está acidentada, e acaba travando o trânsito. Então já cheguei a levar uma 1h30 para chegar na faculdade”, recorda.
Na opinião de Vergara, o contorno irá desafogar o tráfego na região e trazer economia de tempo no trajeto, que se reverte em qualidade de vida. “A gente vai usar o tempo livre para lazer, para descansar, para interagir mais com as pessoas com a família. Hoje a gente acaba não conseguindo interagir muito. Está sempre trancado no trânsito. Então a gente vai ter mais convívio entre nós”, avalia.

Desenvolvimento econômico
A construção do contorno também gera benefícios indiretos para os municípios catarinenses da região, como é o caso do agricultor Jô Meurer, morador de Antônio Carlos. Ele relata que há doze anos os habitantes locais diziam que o comércio não suportava um sacolão, mas ele enfrentou o desafio e investiu nesse tipo de estabelecimento comercial.

“Foi bem nessa época que veio essa obra no contorno, que deu bastante morador de fora do nosso município, e fez com que a nossa economia municipal crescesse. Então eu vi o tanto que o município cresceu nesses 10 anos”, registra. Ele conta que precisou vender o estabelecimento por outro motivo - a pandemia de Covid-19, que coincidiu com a gravidez da esposa.

“Voltei pra roça, eu e minha família. Hoje a gente planta, somos fortes em cebolinha e salsinha”, relata o agricultor, que pretende usar o contorno para o transportes de suas hortaliças beneficiadas de Vila Doze, em Antônio Carlos, até a fábrica de alimentos congelados em Governador Celso Ramos. Para ele, usar o contorno é uma comodidade. “Ganho tempo e só o fato de diminuir despesas com mecânica já ajuda bastante, quanto mais a gente puder economizar na despesa mensal no caminhão mais acaba sobrando pra investir em outras coisas”, conclui.

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