O segundo dia da Feira do Livro manteve o ritmo de atrações nesta quarta-feira (3), com literatura, exposições e venda de obras. Pela manhã, quem encantou o público foi a contadora de histórias e guia de turismo Gabriela Schuh, que levou ao palco narrativas cheias de mistério e imaginação, prendendo a atenção de estudantes das redes de ensino da cidade.

Conhecida como Gabi, a narradora falou sobre a importância da leitura, principalmente da cidade onde se vive. Fez um resgate e releitura das lendas tradicionais da região, inspiradas no livro da educadora Ângela Cristina da Silva, além de histórias presentes em obras da historiadora Andreia Oliveira, como “Retalhos de Iperoba: estórias colhidas num pé de araçá”. Nessas páginas, memórias familiares revelam personagens fantásticos: bruxas que se transformam em mariposas, embarcações insurgentes, encantamentos animais e sonhos misteriosos.
O público também conheceu a tradição portuguesa do Pão por Deus, preservada até hoje em aldeias e cidades de Portugal. No dia 1º de novembro, crianças percorrem as ruas pedindo de porta em porta “o pão por Deus”, recebendo em troca pães, bolos, castanhas, frutos secos, doces ou recortes de papel em formato de desenhos. Mais do que uma brincadeira, o gesto nasceu da solidariedade: após o terremoto de Lisboa de 1755, famílias em miséria pediam alimentos para sobreviver, e a prática se consolidou como expressão de partilha e compaixão.
O pão, alimento essencial da vida, tornou-se símbolo da caridade cristã e da união comunitária, preservando versos, cantigas e memórias transmitidas de geração em geração.
A Feira do Livro segue até sábado com programação diversificada.