A Assembleia Legislativa de SC (Alesc) começou a veicular nesta semana nas principais emissoras de televisão, jornais, rádios e portais de internet uma campanha publicitária sobre o Observatório Estadual da Violência contra a Mulher (OVM/SC), que em fase de implantação pelo Parlamento catarinense. Denominada 'Donas de Si', a campanha será acompanhada de uma série de cinco reportagens especiais, que será veiculada nas mídias da Alesc.
O diretor de Comunicação Social da Alesc, Dayan Schütz, detalha que as peças publicitárias convocam a sociedade a se engajar nesta luta e são protagonizadas por mulheres que sofreram algum tipo de agressão e superaram a violência - os depoimentos são comoventes. O diretor salienta que haverá uma segunda fase da campanha, que deverá ser veiculada em agosto e contará com outras peças publicitárias reforçando a importância do OVM e da superação da mulher.
Ele ressalta ainda que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro de Nadal (MDB), quando apoiou a iniciativa, defendeu que a campanha não deveria colocar a mulher apenas como vítima, mas, sim, mostrasse a superação, que transmita a elas a possibilidade de vencer, por maior que sejam as dificuldades que elas estejam sofrendo. "Mostrar que existe um problema e que as mulheres podem superar."
Dayan enfatiza ainda o fato de que a Alesc é a primeira Assembleia Legislativa do Brasil a desenvolver um projeto desta natureza.
A deputada Luciane Carminatti (PT), uma das idealizadoras da proposta, disse que o Observatório da Violência Contra a Mulher vai evitar discrepâncias de informações, como as que ocorreram durante a pandemia. Durante os primeiros meses de isolamento social, os números de registros de boletins de ocorrência policial por violência doméstica apresentavam queda, ao mesmo tempo em que importantes organizações internacionais, como a ONU Mulheres, relatavam, com base no aumento de pedidos de ajuda em linhas telefônicas, que havia um incremento de casos.
"Não temos a pretensão de resolver o problema da violência, que é cultural, que vem da nossa educação, das nossas raízes patriarcais. É comum a gente escutar as mulheres dizerem que obedeciam primeiro o pai e, depois de casadas, o marido. O que nós queremos construir são direitos iguais. Homens e mulheres têm direitos iguais plenos, direito à vida, ao seu corpo, à sua liberdade", afirmou a deputada.
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