Infraestrutura

BR-280 não é prioridade para Governo Federal

  • Margaret Paim - Reunião do Fórum Parlamentar Catarinense

Reunião com representantes do DNIT e ANTT no Fórum Parlamentar Catarinense deixa claro o descaso do governo federal com a BR-280. Sem nenhuma representatividade política de São Francisco do Sul e Araquari, o Fórum Parlamentar Catarinense, ocorrido no dia 7, na Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, trouxe apenas duas certezas: as obras da BR-280 serão realizadas por concessões e as empresas poderão cobrar pedágio a partir da conclusão dos primeiros 10% da obra.

A duplicação da BR-280, discutida há mais de 14 anos, volta ser pauta no Fórum Parlamentar Catarinense. Orçada em quase R$ 1 bilhão de reais os três lotes da duplicação (74 quilometros entre São Francisco do Sul e Corupá) hoje o valor destinado à obra será de apenas 96 milhões, já incluídos os 26 milhões destinados às desapropriações. Ainda de acordo com o DNIT o Ministério do Planejamento fará cortes neste orçamento.

Quanto ao início das obras, o anúncio do edital de concessão está previsto para outubro, conforme comentou o representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Josias Sampaio Cavalcanti Junior. "A Empresa Dalba/Getec, empresas que continuam no processo, vão apresentar até maio os estudos técnicos que vão embasar a concessão, onde será colocado no processo de audiência pública com análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Após a aprovação do TCU será aberto o edital de licitação da concessão", confirma Cavalcanti. 

Para prejudicar ainda mais nossa região, o estudo realizado pelo engenheiro da Fiesc Ricardo Saporiti, apresentado no Fórum Parlamentar, prioriza o lote 2.1, que vai do trevo com a BR-101 até o entroncamento com a SC-108. Para ele além de ser um trecho menor (14 km) tem o menor custo.

A representatividade política municipal ajudaria a enfatizar a importância do lote 1 da BR-280. A obra é prioritária, a região tem grande potencial socioeconômico. Como exemplos os recebimentos e escoamentos de mercadorias pelo Porto de São Francisco do Sul e, sem pautar, os altos índices de acidentes com mortes.

Sem poder se pronunciar muitos empresários ficaram indignados com as discussões que se resumiu apenas no âmbito político com críticas ao governo federal pelos parlamentares e alguns prefeitos da região.

Presidente da Associação Empresarial Alcidir Boareto participou do Fórum e ficou indignado com o que escutou dos representantes do DNIT e ANTT. Para ele, os parlamentares já deveriam sair do Fórum com uma nova agenda para a discussão do assunto. "Teríamos que ter representantes do governo federal para que pudessem abordar esse assunto com mais conhecimento e poder de decisão. Que se articulem e vão para Brasília pressionar o governo. Concordo com as palavras do deputado federal Experidião Amin, que disse: onde estão os projetos faltantes, projetos das obras a serem concluídas e a executar?", comentou Boareto.

Prefeito de Balneário de Barra do Sul, Adhemar Henrique Borges, presente no Fórum, solicitou ao deputado federal Mauro Mariani que o Fórum peça ao DNIT o cronograma de execução da obra, porque para ele só há promessas por parte do DNIT e do Governo Federal, sem nenhuma data concreta para seu início.

"É inadmissível a perca de vidas por questões burocráticas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT tem a obrigação destravar e acelerar o processo de duplicação para por fim no trânsito caótico em direção as praias nos dois sentidos e redução dos acidentes na rodovia", escreveu em rede social Prefeito Borges.

Segundo Carlos Chiodini, secretário de Desenvolvimentos Econômico Sustentável, a falta de perspectiva dos prazos para a execução da obra prejudica toda região. "Com os novos investimentos previstos para São Francisco e Araquari é insustentável uma rodovia sem a duplicação", Chiodini.

Para Mauro Mariani, o Fórum Parlamentar é um local onde aportam as grandes demandas de Santa Catarina e serve como intermediário ou como ponto de pressão no governo federal para solução dos problemas do estado. Neste Fórum vamos saber como está a situação da BR-280.

"Temos também os problemas com a região do linguado que não tem nada definido. O fechamento do canal do linguado é o maior crime ambiental do sul do país, o momento é aproveitar e fazer a transposição do canal do linguado por ponte. Se fizermos ponte tanto para ferrovia quanto para rodovia resolveremos muitos problemas futuros".

Mariani também não concorda com os recursos destinados aos estudos da região. "São 60 milhões para contratar estudos. Isso é muito dinheiro, tem pessoas ganhando com isso", comentou Mariani.

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