Política

CPI ouve secretário da Saúde e CEO da Exxomed

André Motta Ribeiro reforçou a tese de que não participou da compra e irritou parlamentares. Veja o que disseram os depoentes

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Assembleia Legislativa de SC (Alesc) para apurar a compra dos 200 respiradores da Veigamed realizou mais uma sessão na manhã desta quinta-feira (4). Os deputados ouviram o atual secretário de Estado de Saúde, André Motta Ribeiro, e o CEO da empresa Exxomed, Onofre Neto.  

Neto foi o primeiro a depor. Ele ingressou na polêmica porque a sua empresa possui o registro para aquisição dos respiradores citados no processo de dispensa de licitação do Estado. Ou seja, a Veigamed precisaria de autorização da Exxomed para importar os equipamentos. 

É por isso que a Veigamed tentou a troca de modelo dos respiradores. Segundo Neto, no dia 6 de abril ele enviou um e-mail para a Secretaria da Saúde para informar oficialmente que a Veigamed não possuía permissão para compra dos ventiladores. O e-mail compõe o inquérito.  

Em outra frente, o empresário esteve na Defesa Civil no início de abril para negociação junto à empresa Ortomedical para fazer o meio campo entre os fornecedores na China e as empresas do Brasil. O plano era auxiliar as compras do Estado, mas não deu certo. "Eu estava no lugar errado na hora errada", disse Neto.  

Apesar de não ter envolvimento na compra da Veigamed, o depoimento de Onofre Neto ajudou os deputados a mensurar o tamanho do problema. Segundo ele, um respirador como aquele citado no processo de dispensa de licitação poderia ser comprado por R$ 78 mil, menos da metade dos R$ 165 mil pagos à Veigamed.  

"O que mais me chama a atenção em todo o processo e deixa o processo obscuro é que o Estado tem pessoas extremamente competentes na área da saúde, em engenharia clínica, em legislação. Os respiradores poderiam ser adquiridos diretamente da indústria, sem ônus inclusive de impostos", disse.  

"Nas redondezas de Florianópolis existem mais de 15 empresas capacitadas para poder fazer essa venda. [...] Esse processo está errado do começo ao fim. Ele foi gerado com um único objetivo: alguém ter lucro em algum lugar. Eu não consigo acreditar que o Estado de Santa Catarina tenha um sistema tão frágil de acompanhamento de compras", acrescentou.  


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