A campanha Fevereiro Roxo promove a conscientização sobre lúpus, fibromialgia e Alzheimer. Conheça sintomas e sinais da doença neurodegenerativa
Neste mês é celebrada a campanha Fevereiro Roxo, que promove a conscientização sobre lúpus, fibromialgia e doença de Alzheimer. Esta última acomete pelo menos 1,2 milhão de brasileiros e tende a crescer com o aumento da longevidade.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, descrita pela primeira vez em 1907 pelo psiquiatra Alois Alzheimer. De acordo com Fernando Gomes, neurocirurgião e chefe do grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Hospital das Clínicas, ela causa uma destruição lenta e progressiva das funções cerebrais a partir da destruição dos neurônios, principalmente na área responsável pela memória.
A doença costuma aparecer a partir dos 60 anos de idade, mas pode acometer pacientes mais novos. Seu primeiro sinal é uma pequena perda de memória e atenção, que evolui para a dificuldade em realizar atividades diárias de forma independente e, após um período que varia entre 8 e 10 anos, pode ocasionar a morte em decorrência das complicações. O diagnóstico deve ser feito a partir de análises clínicas e exames de imagem, como tomografias e ressonâncias.
O que causa o Alzheimer? Existe cura para a doença?
Segundo Fernando, entre as causas e fatores de risco conhecidos, estão algumas influências genéticas, um estilo de vida de baixa qualidade e o tabagismo. Ainda não há cura para o Alzheimer, mas há alguns tratamentos para retardar os sintomas e prolongar a expectativa de vida do paciente. Entre eles estão a reabilitação neuropsicológica, remédios que estimulam a liberação de neurotransmissores e alguns estudos experimentais sobre estimuladores elétricos.
Minha memória é ruim, pode ser Alzheimer?
Não necessariamente, já que várias doenças podem ter efeitos na memória. Na maioria das vezes, trata-se de uma simples falta de atenção, causada por uma rotina de sono desregulada, sedentarismo e outros hábitos nocivos. Quando a causa do problema é corrigida, a memória do paciente tende a melhorar.
De acordo com Fernando, nos idosos, uma doença que pode ser confundida com o Alzheimer é a hidrocefalia de pressão normal, quando há excesso de líquido nos ventrículos do cérebro. Os sintomas são incontinência urinária e alteração de memória e marcha. O tratamento é feito com o implante de uma válvula que redireciona o líquido para outra parte do corpo.
Como prevenir o Alzheimer?
Estudos demonstram que há uma correlação inversa entre a manifestação clínica do Alzheimer e o nível de escolaridade. Na prática, quanto mais atividades e estímulos o cérebro recebe, mais ele se torna capaz de enfrentar o problema.
Levar um estilo de vida saudável (com atividades físicas e boa alimentação) e evitar bebidas alcoólicas e o cigarro também ajuda. "O idoso também deve manter uma vida social ativa, com amigos e práticas prazerosas. Assim temos uma pessoa mais feliz e um organismo mais capaz de lidar com os efeitos da doença", conclui Fernando.
Revista GQ - Por Alice Padilha
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