Política

Eu não vejo crise, diz presidente da Fecam

O presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e prefeito de Araquari, Clenilton Pereira (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (10) que não acredita que a entidade vive uma crise e classificou os fatos recentes como 'tempestade em copo d'água'. Pereira se defendeu das acusações de prefeitos que deixaram os conselhos da Fecam nesta semana e disse que 'está tranquilo e vai continuar trabalhando'.

O presidente minimizou a saída de membros do conselho executivo. Disse que as ações que tomou à frente da entidade estão previstas no regimento interno e que não precisava de autorização do colegiado - à exceção da escolha da direção executiva, que passou por consulta. Pereira diz que a reclamação é mais sobre a forma com que as mudanças foram feitas do que as mudanças em si.

O prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt (Podemos), e a prefeita de Vargem, Milena Becher (PL), anunciaram ontem(9) que deixariam a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) após as ações polêmicas do atual presidente da entidade e prefeito de Araquari, Clenilton Pereira (PSDB). Milena e Hildebrandt são, respectivamente, 1ª vice-presidente e 2º vice-presidente da Fecam. Outros prefeitos do conselho executivo e também do conselho fiscal ameaçam deixar a entidade.

Pediram renúncia também o 3° vice-presidente, Rudi Sander (Progressistas, prefeito de São Carlos), os membros titulares do conselho fiscal Giovani Nunes (PSL, prefeito de São Joaquim) e Orvino Coelho de Ávila (PSD, prefeito de São José) e o suplente do conselho fiscal e ex-presidente Joares Ponticelli (Progressistas, prefeito de Tubarão).

Pereira, que assumiu em janeiro, realizou uma série de reformulações na Federação após a posse. Entre as ações, a demissão de funcionários antigos e outros cortes que chegariam a R$ 1,2 milhão. A reclamação dos prefeitos é de que as medidas não foram tomadas em conjunto com o conselho executivo, ou seja, de forma unilateral. Segundo mandatários, Pereira não concordou em revogar as medidas durante reunião virtual na noite desta terça.

"Gente em casa, gente sobrando [...] A maior parte que saiu não fez falta", afirmou Clenilton Pereira. Segundo ele, parte dos demitidos "não trabalhavam" e haverá ganho de eficiência com a saída dos profissionais. Além disso, falou que encontrou automóveis mal cuidados, parte da sede subutilizada e equipamentos jogados. Ele calcula uma economia de até R$ 1,2 milhão por ano com os cortes.

"Estou baseado aqui em números. A gente fez um levantamento. Eu gostaria de que os prefeitos que estão criticando me dissessem se iriam manter uma pessoa que fica 10 meses em casa sem trabalhar, ganhando", disse. "Não tem denúncia de corrupção, não tem denúncia de desvio. O que tem é prefeito brabo porque eu tomei decisão sem consultar. O que teve lá atrás foi prefeito que saiu porque foi preso*. Hoje não. O que tem é prefeito sendo questionado porque tomou decisão para melhorar a casa", acrescentou.

Em meio à polêmica, o presidente da Fecam admitiu que pode voltar atrás em alguma medida eventual. "Decisão foi tomada. Se houver algum tipo de situação que haja necessidade de retornar, eu não tenho problema nenhum. Ego e orgulho não são o meu problema", complementou.

Sobre a saída de prefeitos do conselho executivo, o presidente afirmou que "não é a primeira vez que aconteceu e não vai ser a última" e que procurará novos nomes para compor o colegiado. Além disso, Pereira acredita que o prejuízo é "pior para quem larga o barco". "As críticas não são por conta das demissões. Estou achando bastante esquisito essas críticas. A maior parte tem me ligado, tranquilo, apoiando. Tenho o apoio de muitos deputados, prefeitos, presidentes de partido. Estou bem tranquilo", disse.

"É muita coisa por causa de cinco demissões de gente que não trabalhava, de gente que não fazia falta, tanto é que não está fazendo. Muito pelo contrário. Em alguns casos, a saída melhorou bastante, sem repor [...] Nós vamos colocar uma gestão eficiente e responsável. Sei que vou sofrer com isso porque já estou sofrendo por 20 dias, mas vou até o final para que a gente possa ficar forte de verdade e a gente tenha orgulho da Fecam e não vergonha".

*Orildo Antônio Severgnini (MDB), ex-prefeito de Major Vieira, foi preso em 2020 durante mandato à frente da Fecam. Ele é acusado pelo Ministério Público de praticar irregularidades na prefeitura do município. A denúncia fala em lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa


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