MEIO AMBIENTE

Artigo: A emergência da Conservação dos manguezais da Babitonga

A data de 26 de julho foi marcada pelo Dia Mundial de Conservação dos Manguezais e culminou na promoção de eventos científicos organizados por entidades e estudiosos preocupados com tal temática face ao atual estado de degradação dos manguezais em detrimento da pressão antrópica em sua área de domínio. Não distante da realidade observada em diferentes regiões da costa brasileira, os manguezais localizados na baía Babitonga (SC) são alvo de impactos ambientais que comprometem a sua integridade, a manutenção da biodiversidade e a sua funcionalidade ecológica.

Por Dr. João Carlos Ferreira de Melo Júnior - Docente pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Meio da Universidade da Região de Joinville

Os manguezais são ecossistemas costeiros de regiões tropicais ou subtropicais, de transição entre os ambientes marinho e terrestre, caracterizados por florestas sujeitas à elevada salinidade, regime das marés, solos ricos em matéria orgânica, inconsolidados e pobres em oxigênio.

Apesar da baía Babitonga reunir 75% dos manguezais de todo o estado de Santa Catarina e ser, portanto, área prioritária para a conservação, as atividades industriais, portuárias e domésticas têm comprometido a sua saúde e qualidade ambiental.

Em adição, entre os anos de 2016-2018 vários trechos de manguezal localizados nos municípios do seu entorno (Joinville, São Francisco do Sul, Araquari, Itapoá, Garuva e Barra do Sul) foram severamente atacados por uma lagarta de uma espécie de mariposa asiática que provocou a desfolhação massiva das árvores de manguezal levando, em associação com outros fatores degradantes, a mortalidade de mais de 2000 hectares de floresta. Recentes descobertas, no atual cenário das mudanças climáticas globais, tem mostrado que o sistema de raízes de uma só árvore de manguezal é capaz de sequestrar carbono atmosférico equivalente a 10-30 árvores terrestres.

Além disso, as florestas de manguezal reúnem tantas outras funções ecológicas como o controle de processos erosivos da costa, manutenção da vida marinha e, não menos importante, o suprimento de alimentos e manutenção sociocultural e econômica de comunidades humanas. Medidas como o tratamento adequado de rejeitos industriais e a ampliação, em larga escala, da rede coletora de esgoto doméstico são mitigadores emergentes. O Brasil, apesar de bem servido de políticas públicas ambientais, ainda é carente de uma governança coletiva e multissetorial que, em conjunto com o saber científico, seja capaz de equacionar os graves problemas que acometem a conservação de sistemas naturais complexos tais como os manguezais.  

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