Consciência Negra

Dia Nacional da Consciência Negra

Correio Francisquense entrevista a coordenadora geral do Madef

Soraia das Neves Pinheiro, 48 anos, é natural de Joinville mas mora em São Francisco do Sul desde pequena. Ela é ativista do movimento negro e coordenadora geral do movimento e nos conta que, apesar de ter surgido em 2003, a história do Madef possui anos de ancestralidade. O movimento negro de São Francisco do Sul é fruto das escolas de samba, que já possuem mais de 40 anos de tradição, conta Soraia: "toda escola de samba conta a história desse povo negro, que vem escravizado. A gente usa a corporeidade para fazer as danças e rituais. A corporeidade faz parte da tradição e cultura afro brasileira".

O Madef, Movimento Afrodescendente Francisquense existe desde 2003 e foi legalizado em 2005. É uma instituição apartidária e sem fins lucrativos, que visa combater toda forma de discriminação e preconceitos em relação a população negra. O movimento é uma forma de resistência contra as banalidades que acontecem com essa população diariamente, em função de sua cor, seu cabelo, sua vestimenta e sua religião.

Em 1982 foi criado um centro cultural comercial afrobrasileiro, com o senhor Dorival Oliveira como presidente. A partir desse movimento, a população negra francisquense foi estabelecendo uma liderança, sendo criada assim, uma política de reparação no município. Na mesma época, foi criado um grupo de teatro negro, que se apresentou no Cine Teatro. Reunidos, esses grupos buscavam levar a construção da produção artística, cultural, social e econômica da população negra francisquense. A coordenadora do Madef destaca a resistência na construção do povo negro: "a gente resiste ao tempo, às políticas, às ações que são contra as políticas de enfrentamento da população negra."

 A Semana da Consciência Negra sempre foi realizada pelo Madef, desde 2003, mas para que seja celebrada de fato, precisa estar na agenda do município. O movimento faz questão de cobrar as políticas públicas, as leis, as cotas raciais, a cultura afro nas escolas e nos bairros. Soraia destaca que "enquanto essa relação não for pautada pelo poder público, talvez ela não tenha a visibilidade tamanha que merece. Pois o povo negro não ajudou, o povo negro construiu esse país."

Em julho deste ano, o grupo sofreu ataques racistas durante uma reunião online. Até o momento não foram identificados os autores do crime. O poder judiciário ainda não tomou nenhuma decisão, mas os advogados encontram-se empenhados para resolver o caso. O vereador Cafu (cidadania) também está ciente da situação e fazendo o possível para que os criminosos não saiam impunes.

Na próxima edição impressa do jornal Correio Francisquense você terá acesso a mais informações sobre a entrevista!

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